

A pergunta é contundente e até soa como ofensiva, afinal, corruptos são os outros e nunca nós mesmos. Mas a questão é pertinente. A corrupção está enraizada em nossa cultura mais do que possamos imaginar, e pouquíssima gente pode de fato dizer que não é corrupta. Para ilustrar a afirmação reproduzimos abaixo parte do editorial da Folha de Londrina, publicado no dia 30/06/2013, sob o título “Abaixo o Jeitinho Brasileiro”:
Mas o que significa ser contra a corrupção? Os indivíduos que foram às ruas com cartazes e palavras de ordem têm consciência que a corrupção faz parte do cotidiano e já foi até institucionalizada no velho ‘jeitinho brasileiro’? Embora associados a partidos políticos, ações de prevaricação, suborno e perversão são praticadas diariamente por pessoas comuns, quando driblam normas e adotam manobras antiéticas para conseguirem vantagens. Exemplos não faltam: pagamento de propina para se livrar de multas, não devolver o troco que recebeu a mais no mercado, furar filas, desrespeitar as vagas de estacionamento para idosos e deficientes físicos, trabalhar sem carteira assinada para continuar recebendo o seguro-desemprego, burlar cadastro do governo federal para receber o Bolsa Família, apresentar atestado médico falso para faltar ao trabalho ou à escola, roubar sinal de TV a cabo, entre tantos outros comportamentos em desacordo com as propostas das manifestações que ganharam as ruas. O Brasil precisa mudar e isso implica que os brasileiros também precisam deixar para trás os velhos hábitos de caráter duvidoso.