

A Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, pela quinta vez desde 2010, viveu um tempo de especial alegria missionária. Dia 09 de julho de 2015, 44 missionários seguiram para mais uma missão evangelizadora, desta vez no Município de São Geraldo do Araguaia, no sudoeste do Estado do Pará, distante aproximadamente 2.200 km de Londrina e 680 da capital Belém.
A povoação que originou São Geraldo efetivamente se iniciou em 1953, com o garimpo de Cristal Rocha. Com o fracasso do garimpo, a população que permaneceu no local se dedicou ao plantio de cultura de subsistência, e à colheita e comercialização de castanhas do Pará. No final da década de 60, surgiram nesta região conflitos pela posse da terra, reflexo da política desenvolvimentista do governo militar. Um fato ocorrido entre 1968 e 1975 acirrou os conflitos já existentes, provocando uma violenta repressão do governo federal, com graves conseqüências para os moradores de São Geraldo do Araguaia, cujos moradores mais antigos lembram com tristeza. O episódio, conhecido como a “Guerrilha do Araguaia”, teve grande repercussão histórica e política para o país. Em maio de 1988 São Geraldo se tornou município. Atualmente sua população é estimada pelo IBGE em 25 mil habitantes, boa parte composta por maranhenses.
A Paróquia que acolheu os missionários foi São Geraldo Magela, carinhosamente denominada “Cristo Libertador”, pois a inauguração da sua Matriz aconteceu simultaneamente à libertação dos Padres François Gouriou (Chico), Aristides Camio e 13 posseiros, quando a região passava por grandes conflitos e combates entre a Guerrilha do Araguaia e a Ditadura Militar, por motivos políticos e pela posse da terra. A Paróquia é formada por 31 comunidades nas vilas e fazendas, e 06 capelas nos bairros da sede municipal, pastoreadas pelos padres Cristiano Vieira Marcelo e José D. S. Pitchai. As lideranças, em sua maioria, carecem de formação e apoio. A cidade é pobre e deixa a desejar na infraestrutura básica para qualidade de vida da população. Possui uma juventude animada, alegre, mas há pouca opção de emprego e de ensino superior. O vilarejo à margem do Rio Araguaia, próximo das balsas, é marcado pela exploração sexual.
No primeiro semestre de 2015, os missionários participaram de reuniões e de encontros formativos para bem se prepararem para a missão. Em São Geraldo, nas comunidades da cidade e do interior, trabalharam em duplas. Sua principal atividade foi de visita às famílias: conhecê-las, ouvi-las, falar do amor e da Palavra de Deus e irradiar a alegria da fé. Cada família visitada recebeu de presente uma Bíblia Sagrada. Houve também encontros formativos e de espiritualidade com crianças, jovens, adultos e casais.
Para o Pe Romão Martins, “Mais do que levar, os missionários trazem uma rica bagagem em termos de experiência de vida humana, cristã e missionária. Não há muito o que levar além da nossa amizade, alegria e solidariedade. Jesus já está lá em São Geraldo, e é encontrado de forma privilegiada no encontro com cada pessoa, nas comunidades, na convivência e nos diversos momentos de celebração e partilha”. Esta missão foi custeada pelo dízimo da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. “Quem sustenta a Igreja e ora pelas missões também é missionário”, complementa o padre, que remete a um tripé missionário expresso por Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina: “Missão se faz com os pés dos que vão, com os joelhos que oram e com as mãos dos que contribuem”. A missão faz com que toda a Igreja evangelize e seja evangelizada.