

Ser uma semente capaz de germinar o amor de Cristo nos corações de quem tem e de quem perdeu a fé. É com esse propósito que o paroquiano Victor Mutta, 18 anos, está se preparando para seguir a vida religiosa. Ele acaba de concluir o primeiro ano do curso de Teologia no seminário do Colégio Eclesiástico da conceituada Universidade de Navarra, em Pamplona, na Espanha. Lá, Victor e mais 14 brasileiros convivem com seminaristas de várias partes do mundo, África do Sul, China, El Salvador, Filipinas.
De férias em Londrina, o jovem seminarista diz que o contato com diversas culturas é o que mais o tem impressionado nessa nova experiência: “Estar em contato com pessoas de diversas partes do mundo que professam a mesma fé e que foram batizadas no mesmo batismo é uma experiência incrível. Isso mostra a universalidade da nossa Igreja”, afirma Victor.
Ele diz que nem todos os colegas de seminário se tornarão padres. Não é o seu caso. Victor está cada vez mais convicto de que quer seguir a vida religiosa. Segundo o jovem, faltam pastores para suprir a demanda de uma Igreja que não para de crescer em todo o mundo: “A gente vê que a Igreja está crescendo, mas faltam muitos pastores para servi-la. E eu me sinto tocado a cumprir essa missão”, diz.
O seminarista acredita que haja uma “crise de valores” na sociedade pós-moderna e que o grande desafio de quem exerce o sacerdócio é o de fazer com que a religião e os preceitos da fé cristã tenham relevância no dia-a-dia das pessoas: “A palavra seminarista vem do latim, semen, que quer dizer semente. Eu quero poder ser uma semente que cultive os ensinamentos de Cristo no coração dos meus irmãos”, afirma.
Caçula de três irmãos, Victor Mutta conta com o apoio irrestrito da família para exercer sua vocação: “Minha mãe ficou surpresa pela minha opção em fazer o seminário na Espanha. Mas tanto ela como meu pai e meus irmãos me apoiam bastante. A gente sempre se sente fortalecido nas escolhas que faz quando tem o respaldo da família”, observa.
Victor participou da Jornada Mundial de Juventude (JMJ) em Madri, em 2011, e estará presente na edição deste ano, que será realizada no final do mês, no Rio de Janeiro. “É uma experiência inesquecível. A jornada é um encontro dos jovens com o Papa, que é o pastor supremo da Igreja. Vivemos uma crise de valores. O Papa também é um chefe de estado, quem sabe a vinda dele para cá, quando se reunirá com nossos governantes, possa servir para mudar essa realidade”, analisa.