

O mundo evoluiu e com ele as exigências são cada vez maiores. Já ouvi muitas vezes a frase: A mulher conquistou seu espaço na sociedade. Quero questionar e também refletir com você, leitor. Que espaço é esse? Onde está a verdadeira felicidade da mulher? Quais são os reais caminhos que a mulher deve seguir para se realizar com verdadeira plenitude?
E, para tentar responder a essas perguntas, quero partilhar minha história de vida…
Sempre almejei o sucesso profissional, pois acreditava que seria reconhecida por minha família, por meus amigos, pelo meu esposo, enfim, por toda a sociedade. Hoje, sou pós-graduada e possuo três faculdades. Acredito que isso foi fundamental para minha formação intelectual e, que tudo o que aprendi é de suma importância, para mim e também para os que estão à minha volta. Por meio dos estudos, conheci novos mundos!
Sem dúvida, minha vida profissional e meus estudos foram grandes conquistas, mas nada pode ser comparado à vocação do matrimônio e da maternidade. Digo vocação, porque ser mãe vai muito além do ato de dar à luz. Portanto, maio é um mês muito relevante para mim e para toda a igreja, pois comemoramos o dia das mães e o mês da Mãe das mães, Nossa Senhora. Não tem como falar da vocação da maternidade sem remeter à figura extraordinária de Maria, uma mulher pobre, sem estudos, mas obediente e temente a Deus.
Imagine, há mais de dois mil anos, uma menina de aproximadamente 15 anos, que aparece grávida e solteira. Na certa, isso era um grande motivo para que ela fosse julgada pela sociedade e até mesmo morta apedrejada.
Maria, uma adolescente, provavelmente teve dúvidas, medo e muito receio, mas confiou nas palavras do anjo Gabriel, foi audaciosa e disse SIM. SIM ao plano de salvação, SIM para o fim do pecado, SIM para a derrota do inimigo, SIM para ser a Mãe de Deus e nossa Mãe.
Convivo com muitas mulheres, já disse e também as ouço dizer que abriram mão de muitas coisas por causa da família. Eis algumas das afirmações: Não consigo ir ao salão de beleza toda semana; não consigo mais sair com frequência com minhas amigas, não consigo realizar todo o serviço de casa, não consigo estudar, não posso ganhar mais no meu trabalho, porque os filhos me tomam o tempo. Contudo, afirmo com veemência, nem eu e nenhuma mãe que fizeram e, ou fazem essas coisas por causa da maternidade abriram mão e perderam algo. Mães que fazem isso, são como Maria, disseram SIM aos planos de Deus.
Confesso que foi muito difícil entender e compreender a vontade do Senhor em minha vida. Cada hora queria uma coisa, os empregos sugavam minha energia, os estudos tomavam meu tempo e, apesar de não estar feliz, achava que isso era ideal, pois sempre arrancava elogios dos outros: Nossa, como consegue fazer tantas coisas? Como consegue estudar, trabalhar e cuidar da sua família?
Precisou tempo e oração para que eu me reconhecesse de verdade e assumisse com tranquilidade o melhor papel a ser exercido por mim. Foi um processo doloroso, mas com a oração do terço, Maria, Mãe Auxiliadora, que me conhece profundamente, aos poucos, mostrou-me o que agradava o Coração Sagrado de Jesus: Eu deveria ser mãe em plenitude e em graça.
Hoje, vivo na mediocridade, mas no sentido bom da palavra. Ganho menos, trabalho menos e dedico maior parte do meu tempo para cuidar do meu filho. Sei que existem muitas mães que precisam trabalhar para ajudar financeiramente em casa e, por isso não têm esse privilégio. Portanto, quando sento no chão para brincar com o meu pequeno, peço à Maria por todas as mães que têm o desejo de estarem com seus filhos e por conta da necessidade, ainda não podem.
Com minha formação e experiência profissional poderia almejar grandes cargos e até ótimos salários. Porém, prefiro dizer o SIM de Maria e ver concretamente o sorriso e desenvolvimento do meu filho, e isso, não há salário que pague.
Neste mês tão especial, quero parabenizar todas mães e outras pessoas que exercem a vocação de mãe na vida das crianças. Tenhamos sempre Maria Auxiliadora como exemplo de mãe em nossas vidas. Aprendamos com Ela o segredo do silêncio, da oração, do educar com serenidade e seriedade e o de ensinar nossos filhos a dizerem SIM para Deus. Maria, Mãe Auxiliadora, rogai por nós.
Texto de Ana Cláudia Dévara